Quando eu tinha vinte e dois anos, uma garotinha me perguntou:
“- O que você faz no seu trabalho?”
Ao que respondi:
“- Sou jornalista.”
E ao ver a cara de ponto de interrogação da menina, tratei de completar:
“- É mais ou menos assim: visito lugares, converso com pessoas, pergunto um monte de coisas para elas e, depois, escrevo essas histórias, que são publicadas no jornal”.
E a menina, sábia, lançou à queima-roupa uma definição muito mais eficaz para minha profissão:
“- Ah, tá… Então você é contadora de histórias!”

Pois é. Acho que sempre fui contadora de histórias. A diferença é que agora posso usar muito mais do que a palavra escrita para narrá-las ao público. Além da pena, do papel e do laptop, utilizo brinquedos, músicas e objetos variados que se transformam em qualquer coisa ditada pela imaginação. É maravilhoso exercitar a palavra acrescentando recursos múltiplos como gestos, risos, trejeitos e cantigas de infância – provocando uma interação riquíssima com os públicos infantil e adulto.

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Estou convicta de que o contato com essa nova aventura já está me ajudando muito na criação de novas histórias para meus próximos livros infantis. E nesta quinta-feira, dia 30, concluo meu primeiro curso oficial de Contação de Histórias, ministrado pela professora Patrícia Ribeiro, no Senac Aclimação(com direito à diploma e tudo mais!:) Já as fotos deste post são de ontem, quando tive a oportunidade de exercitar essa arte milenar para o pessoal do condomínio onde moro. Foi mágico, para dizer o mínimo. Dias antes, contei uma das histórias para meus filhos e também para um amigo deles, o Mateus, que estava aqui em casa. Quando acabei a contação, recebi do Mateus um dos maiores elogios que alguém pode ganhar de um pré-adolescente. Ele disse, com todas as vogais e muito mais: “Nooooooossa, meu… Muuuuuuuuuito “da hora”‘. Pra todo resto, tem Mastercard.

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