Mês passado tive o privilégio de conferir duas grandes festas que renderam homenagens aos 100 da Imigração Japonesa em São Paulo. Dia 18 de junho, estive no São Paulo Fashion Week, cuja decoração e as exposições estavam repletas de imagens, ícones e programações ricamente orientais. Esta foto foi tirada no lounge do Senac, durante uma performance que orientava o público sobre a etiqueta nipônica à mesa.São Paulo Fashion Week 023

Gostei, principalmente, da exposição dequimonos do século XIX, especialmente confeccionados para ocasiões importantes como casamentos e celebrações da maioridade das moçoilas nipônicas, que, naquela época, era comemorada aos 20 anos (não sei se ainda é assim…). Este é um exemplar do acervo do Bunka Gakuen Costume Museum.

São Paulo Fashion Week 048

Também gostei muito da exposição de roupas que mesclou produções de estilistas famosos como Kenzo, Issey Miyake e Rai Kawakuba, às peças confeccionadas por alunos da conceituada faculdade de moda de Tokyo, a Bunka Fashion College. Esse vestido da foto, por exemplo, é de um estudante. A-d-o-r-e-i! Muito irreverente!

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Estavam lindas, ainda, as roupas expostas logo na entrada da Bienal, todas concebidas pelos alunos do curso de Moda do Senac São Paulo.

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Já no dia 21 de junho, foi a vez de ir, pela primeira vez, ao Sambódromo. O objetivo era ver a mãe da minha amiga Cláudia, Dona Fumiko Mukai, de 78 anos, dançando… Ela é essa bonequinha oriental que aparece no centro da foto, logo na primeira fileira.

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Mas, ao chegar lá tive acesso, também, a desfiles, música, lutas e outras manifestações da cultura japonesa. Essa foto, por exemplo, foi tirada durante a passagem do Trio Elétrico Sol Nascente. Sim, você leu bem, era um Trio Elétrico japonês…

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Foi lindo ver as crianças tocando instrumentos típicos e entoando canções idem.

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Aí estão alguns dos meus amigos das famílias Mukai e Teramito. A bateria da minha máquina foi para o espaço e até agora estou esperando a Andréia Mukai e o Márcio Teramito me mandarem as fotos que prometeram… Ai, ai, viu? Mas, não posso reclamar. Não fossem eles e sua influência incrível no mundo nipônico paulista, eu jamais teria conseguido o convite, disputadíssimo, pra essa festa. O lado chato da coisa é que tava um frio lascado nesse dia… E eu, que sofro de frio crônico, reclamei e padeci horrores, claro…

Segue meu poema-homenagem a essas duas experiências

O Japão é aqui…

Em fase “deixe-me ir preciso andar”
tenho registrado imagens por onde escolho passar.
São lugares, são eventos, são sonhos, são pensamentos,
são paisagens diferentes…

É São Paulo aqui e lá.
Essa terra que é tão minha, tão sua, sempre tão nossa, cheia de gente da roça,
cujos sonhos vêm plantar…
Em meio aos seus edifícios, asfaltos cheios de vícios,
no cerne dos monumentos, praças, Viaduto do Chá…
Por entre tantos cafés, ruas, bailes, cabarés,
bem no Centro da Cidade ou mais pro lado de lá…
E na São Paulo do Oriente, vi a festa dessa gente que aqui chegou,
há 100 anos, sempre pronta a trabalhar…
Eu vi um Japão de cores, sob a chuva, a celebrar.
Eu vi os olhos puxados, brilhando, de par em par…
Então, vi o Sol Nascente o sambódromo atravessar!!!
E vi a Dona Fumiko, toda orgulhosa, a dançar.
Eu vi pequenas crianças em coreografia exemplar.
Eu vi o Japão da moda contagiar meu olhar…
E mais do que o Sol Nascente…
Vi São Paulo, de repente, querendo se orientar…

Goimar Dantas
São Paulo
30-07-08