Quando chove é assim, não adormeço.
Viro terra molhada de esperança.
Viro o cheiro da mata,
Viro dança,
Arco-íris que vem pra celebrar.
Viro noiva sorrindo no altar.
Me transformo em cantigas e novenas.
Viro Helena de Tróia,
Sou Atenas,
Afrodite nascida para amar.
Desabrocho no rio,
Vitória-régia!
Viro a areia beijada pelo mar.
Viro fogo na brasa, crepitando.
Melodia das noites de luar.
Viro terra molhada de esperança.
Viro o cheiro da mata,
Viro dança,
Arco-íris que vem pra celebrar.
Viro noiva sorrindo no altar.
Me transformo em cantigas e novenas.
Viro Helena de Tróia,
Sou Atenas,
Afrodite nascida para amar.
Desabrocho no rio,
Vitória-régia!
Viro a areia beijada pelo mar.
Viro fogo na brasa, crepitando.
Melodia das noites de luar.
Quando chove é assim,
Eu viro lava
E incandesço nas curvas do caminho.
Um vulcão explodindo,
passarinho,
Espalhando seu canto pelo ar.
Quando chove é assim,
Eu viro verbo,
E um poder de dizer vem me tomar.
Viro história encantada,
Viro lenda,
Sherazade de noite, a nos salvar.
Quando chove eu sou mil e uma noites
Estreladas no céu de Bagdá.
Quando chove eu sou mundo
Sem fronteiras,
Universo, partícula, poeira…
Energia, silêncio, sintonia,
Uma crença, um rito, uma oração
Quando chove eu, de novo, sou menina,
De vestido, brincando no sertão…
Goimar Dantas
Ilhabela, Litoral Norte de São Paulo
12/11/07
Foto: Jean Paul Nacivet