O visual megacolorido da Times Square, juntamente com a multidão de turistas.

Cheguei de viagem ontem. Foram cinco dias em Washington e 4 em Nova York. Preferi mil vezes a capital dos EUA à chamada Big Apple. Achei Nova York um misto de Shopping Iguatemi com 25 de Março. Templo do consumo, lojas, camelôs e turistas de todas as nacionalidades completamente enlouquecidos e cheios de sacolas. Mas há que se registrar: o lugar onde fiquei hospedada contribuiu muitíssimo para essa impressão que, sei, é fruto do pouco tempo em que estive lá. Estou certa de que a cidade tem muito mais a oferecer, basta tempo pra pesquisar com calma.

Ficamos na Rua 47, do ladinho da Broadway e da Times Square, ou seja: no olho do furacão. Milhares de turistas se atropelando nas ruas, confusão, poluição visual – que é tanta que acaba virando uma atração à parte, para quem gosta. Eu achei tudo excessivo, não é minha praia. Pelo menos na fase em que estou.

Quanto aos preços das coisas: os aparelhos eletrônicos realmente são mais acessíveis do que aqui no Brasil e vale a pena comprá-los por lá. Por isso, optei por adquirir minha máquina fotográfica profissional na cidade, mais precisamente na BH, uma loja sensacional especializada em equipamentos fotográficos. Quero fazer um curso em breve e precisava do equipamento. Já o preço das roupas, sapatos e acessórios de marcas famosas não refrescaram muito pra mim… Até entendo que sairia mais barato comprar em Nova York do que no Brasil, mas, mesmo assim, achei os valores absurdos.

Gostei de um vestidinho soltinho e florido à venda lá na Macy’s. A princípio, eu nem tinha visto qual era a marca. Quando fui checar o preço: 130 dólares. HAHAHA. Então, tá… Só então fui ver a etiqueta e descobri que era da Calvin Klein… Tô fora. Posso encontrar um modelo também florido, soltinho e bem bonito na Rua Zé Paulino, aqui em São Paulo, por 50 ou 60 paus. Tá ótimo.

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Encontrei mais multidão e camelôs no Soho…

Tentei fugir da Times Square e imediações e corri pro Soho esperando ver o bairro charmoso sobre o qual eu já tinha lido e ouvido falar tanto. Que nada… Ao sair do metrô, o que vi, de cara, foram mais camelôs, lojas e uma multidão disputando espaço nas calçadas, entre os ambulantes.

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Lindos esses prédios do Soho (esses um pouco fora da rota das compras).

Ressalto, entretanto, que havia algo imperdível no lugar: a arquitetura lindíssima dos prédios – esses, sim, cheios de charme. Fiquei apaixonada e todos realmente faziam jus ao que eu esperava. É a maior concentração do mundo de arquitetura em ferro fundido. De acordo com o Guia da Folha: “as fachadas com desenhos intrincados foram forjadas em massa, mas são hoje em dia peças raras de arte industrial”. Só na Green Street são 50 prédios, em cinco quarteirões de ruas de pedra. Todos foram localizados entre 1869 e 1895.

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Essa é minha imagem preferida de Nova York. Achei lindo ver as crianças brincando na fonte da Washington Square.

Do Soho, andamos até outro bairro tido como morada de artistas, escritores e personalidades ligadas à arte e à cultura: Greenwich Village. Mas aí já era o penúltimo dia da minha viagem e eu estava muito cansada de andar, andar e andar atrás dos pontos turísticos de cada bairro. Paramos pra descansar e nos rendemos a um final de tarde maravilhoso e ensolarado na Washington Square: uma praça onde se reúnem centenas de pessoas para caminhar, tomar banho na fonte, tocar seus instrumentos ao ar livre, buscar sol, verde, ar puro. Muitas performances de artistas, lindas crianças, uma atmosfera realmente positiva e contagiante.

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Um arco-íris deixando a Washington Square ainda mais bonita.

Sobre os museus: fui apenas a dois dos principais museus da cidade: o Museu de Arte Moderna (Moma) e o famoso Guggenheim Museum. Affff… que confusão: diferentemente dos museus em que estive em Washington (gratuitos, muito mais espaçosos e com infra-estrutura superior, incluindo seguranças em praticamente todas as salas e corredores, equipes do setor de informações gentilíssimas e preparadas, fartura de materiais impressos explicando as obras e os pontos altos do museu, cafés e restaurantes gigantescos e arejados), nesses dois tive de pagar cerca de 20 dólares a entrada, pegar filas enormes e disputar a visão de cada obra com outras tantas pessoas que nem se importavam em passar entre mim e os quadros.

A meu ver, não faria mal uma equipe de seguranças mais eficaz, de modo a organizar um pouco as coisas. Da mesma forma, faltaram mapas e impressos mais elaborados (para quem dispõe de pouco tempo para as visitas, eles são essenciais porque podem conter, por exemplo, as indicações sobre os pontos altos do museu. Algo como: “Se você tem apenas uma hora, confira as obras x, y e z, consideradas os pontos altos deste museu” etc ). Faltavam, até mesmo, sanitários (no museu Guggenheim encontrei apenas um banheiro no andar térreo e, ainda assim, era unissex. Imagino que deve haver outros por lá, bem mais espaçosos, mas, se é assim, não estão bem sinalizados).

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Achei linda a imagem dessa menina tão pequena, de costas, com essa roupa fofa, olhando a imensidão do Guggenheim.

Outra coisa: dos seis andares do Guggenheim, dois ou três eram dedicados à exposição de desenhos (plantas arquitetônicas) elaboradas pelo arquiteto Frank Lloyd Wright, considerado o maior inovador da arquitetura americana e criador do famosíssimo prédio do museu – um edifício circular lindo, mas que me deixou tonta, tonta, tonta… Eu rodava e rodava querendo encontrar as obras de pintores como Pablo Picasso, Monet, Paul Cézanne… Mas só achei uma poucas salas dedicadas a eles. Ok, essas poucas salas cheias desses quadros fizeram tudo valer a pena. Também registro que respeito muito os arquitetos e seus projetos (vejam o que eu disso sobre os prédios do Soho, por exemplo), mas, realmente, ver planta de projetos de edifícios não era o que eu esperava num museu… Ainda mais pagando 18 dólares a entrada.

Para complicar, a coleção do Guggenheim, que não pode ser fotografada, é exposta em sistema de revezamento e dois dos quadros que eu queria muuuuuuuuuuuuuuuuuito ver não estavam lá. São eles: “Paris pela janela”, de Marc Chagall e “Nu”, de Amedeo Modigliani. Tive de engolir mais essa… Putz…

Também detestei o metrô, por conta das estações: são muito antigas e mal iluminadas. Muitas me lembraram um calabouço, com portões de ferro, grades e outras coisas esquisitas que remeteram a filmes de terror.

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O café do Bryant Park, na Rua 42 com a Sexta Avenida (ihhh, preciso conferir essa informação… sou péssima de endereço).

Pontos positivos da cidade: parques e praças bem aproveitadas. Amei o Bryant park, próximo de onde eu fiquei hospedada. O dia estava lindo no domingo e pude almoçar maravilhosamente bem no café existente no lugar. Saladas e sanduíches incríveis, ambiente agradável, serviço ok. No Central Park não deu tempo de ir, infelizmente.

O acervo de fotografia do Moma: incrível, apesar da muvuca e também de a gente não poder fotografar nenhuma única foto exposta lá.

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My grandparents, my parents and I (Family Tree), Frida Kahlo, México, 1936.

Os quadros da Frida Khalo, também no Moma (não vi nenhum quadro dela em Washington, pode ser que existam em algum dos tantos museus da cidade, mas não vi).

A arquitetura fenomenal de NY é outro ponto forte: há edificações antigas e contemporâneas, para todos os gostos e estilos.

Assim como São Paulo: fartura gastronômica e cultural (sei que há um mundo de opções gratuitas, inclusive de museus, mas eu tinha pouco tempo e, nos dois primeiros dias, fez um frio danado e choveu, atrapalhando muito nossos passeios).

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Olha que lindas essas duas moçoilas…

Moda: uma caminhada pela rua e a gente vê de tudo. Mistura de estilos, criatividade no vestir, elegância, roupas cafonas, roupas horrorosas, não importa… Tem de tudo, PODE TUDO e todo mundo parece se vestir tendo o mesmo pensamento como tema: o importante é ser feliz.

Enfim: há coisas boas e coisas ruins, como em qualquer lugar, mas, se eu puder escolher pra onde voltar um dia, será para Washington, sem sombra de dúvida.