O escritor José Luiz Mora Fuentes faleceu no último dia 13 de junho, mas só ontem tomei conhecimento dessa informação. Prefiro me lembrar do Mora do jeitinho que ele está na foto acima: sorrindo, me fazendo rir, compartilhando comigo e com o meu amigo Ruy as lembranças fantásticas de suas histórias ao lado da grande escritora Hilda Hilst. As fotos deste post foram tiradas num lindo domingo de 2007, em Campinas, na Casa do Sol, local onde a escritora morava, juntamente com o amigo Mora, a esposa dele, Olga, e o filho de ambos, Daniel. Graças ao trabalho de Mora, o local foi transformado no Instituto Hilda Hilst, que promove, apóia e divulga ações culturais fundamentadas na obra da autora de A obscena senhora D.

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Mora e Olga cuidaram de Hilda durante anos, principalmente na sua fase final de vida, quando ela já estava muito doente, após sofrer um acidente vascular cerebral. Devido a nossos projetos pessoais de trabalho, eu e meu amigo Ruy queríamos saber mais sobre a vida de Hilda e, por isso, entramos em contato com o Mora pedindo que nos recebesse lá na Casa do Sol. Mora foi de uma gentiliza ímpar: passou o dia batendo papo conosco, mostrando a casa, os cachorros, o terreno e a Figueira centenária tão amada por Hilda. Enquanto isso, nos contava histórias incríveis sobre a escritora, desde a epóca em que se conheceram, na juventude de Mora.

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A Casa do Sol é um lugar completamente envolto em aura de magia e todo o tempo em que permaneci lá pude sentir uma energia verdadeiramente especial. Voltei “chapada”, meio zonza, com os sentidos aguçados. Ao chegar em casa, ainda em transe, arrumei umas coisas, fui dormir e, no dia seguinte, escrevi um texto dedicado ao Mora, relatando minha experiência na Casa do Sol. O resultado você pode ler aqui.

mora e hilda

Já essa foto sensacional pesquei no orkut do Mora: eram os anos 70, época em que a Casa do Sol vivia repleta dos amigos de Hilda. A escritora está em pé, com cigarro na mão, ao lado de Mora, um jovem de cabelos compridos, à sua direita. Nessa foto, também vemos a escritora Lygia Fagundes Telles, a segunda que aparece sentada, à esquerda, e o escritor Caio Ferando Abreu: em pé, o segundo à esquerda.

Só posso desejar que Mora e Hilda estejam matando as saudades, relembrando todas as suas histórias maravilhosas e se preparando para viver novas aventuras poéticas, dessa vez em outra dimensão.