Com Hilda Hilst, em 2002, durante entrega do Prêmio Moinho Santista, concedido à autora pelo conjunto da obra.

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Com Adélia Prado, em 2010, durante palestra que a poeta realizou em Cubatão.

Isso é incrível, mas só hoje me ocorreu avisar aqui no blog que minha dissertação de mestrado, defendida em 2003 e intitulada O sagrado e o profano nas poéticas de Hilda Hilst e Adélia Prado ,está disponível para leitura no meu site (que, por sinal, está desatualizadíssimo). Um trabalho que me tomou dois anos e do qual eu tenho um orgulho danado. Um mergulho profundo na obra de duas autoras que admiro muitíssimo. É uma pena que Hilda não esteja mais conosco, pelo menos no plano físico. Este trabalho tem sido, para mim, uma forma de reafirmar, sempre, o quanto eu as considero eternas. Para ler, basta clicar aqui.

Em tempo: quando tirei essa foto com Hilda, ela já falava e caminhava com extrema dificuldade devido à isquemia cerebral que havia sofrido. Na ocasião, a poeta estava em muitíssimo boa companhia, cercada por amigos queridos, como a escritora Lygia Fagundes Telles, o querido escritor Mora Fuentes (falecido em 2009, Mora nos recebeu carinhosamente na Casa do Sol, onde Hilda viveu durante décadas, em 2007, em dia inesquecível que relato aqui) e a artista plástica Maria Bonomi (que aparece à esquerda da foto, sorrindo). Com a cara de pau que me é peculiar, ao fim da cerimônia pedi licença ao grupo, me aproximei de Hilda, me apresentei e disse: “-Hilda, estou concluindo uma dissertação de mestrado sobre você e Adélia. O tema é tal, etc”.

Em entrevista concedida aos Cadernos de Literatura Brasileira, publicado pelo Instituto Moreira Salles, Hilda já confessara que ficava comovidíssima quando descobria que fulano ou beltrano estava escrevendo uma dissertação/tese sobre sua obra. E naquele momento tive certeza de que a afirmação era a mais pura verdade. Debilitada pela doença, falando de modo compreensível apenas para os mais íntimos, Hilda resolveu poupar as palavras comigo. Ao ouvir meu relato, simplesmente pôs as duas mãos em meu rosto e me olhou com ternura imensa, emoldurada pelos olhos rasos d’água.

Hilda nos deixou em 4 de fevereiro de 2004.