Detalhe das teclas do piano que pertenceu a Mário de Andrade. O poeta utilizava o instrumento para ministrar aulas particulares às moçoilas paulistanas, nas décadas de 20 e 30 do século passado.

Por mais diferentes que sejam as pessoas que entrevisto para o meu livro Rotas Literárias de São Paulo, todas têm algo em comum: o amor, a admiração e o respeito por Mário de Andrade, sem dúvida um dos artistas mais admiráveis que esse país já teve. Músicólogo, poeta, romancista, crítico de arte, pesquisador do folclore nacional e, não bastasse isso, um verdadeiro apaixonado pela cidade de São Paulo.

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Outro ângulo do piano de Mário de Andrade…

Mário teve participação efetiva na histórica Semana de Arte Moderna de 22, que mudou para sempre o rumo das artes no Brasil. Foi um dos grandes pensadores e realizadores do cenário cultural brasileiro e paulistano, nesse último caso, por meio de seu trabalho à frente do Departamento Municipal da Cultura de São Paulo.

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A casa de Mário de Andrade (primeira à esquerda), onde hoje funciona a Oficina da Palavra, fica no bairro da Barra Funda, na famosa Rua Lopes Chaves, tão presente em inúmeros de seus textos e poemas. Para saber mais sobre as atividades da Oficina, cujos cursos são todos gratuitos, clique aqui.

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Fiz questão de fotografar a placa da rua.

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Essa estante, juntamente com o piano, são os únicos objetos originais da época em que Mário viveu na Casa. Já os documentos, livros e demais móveis que compõem o acervo do escritor estão no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), na Universidade de São Paulo (USP). A Casa, entretanto, é muito visitava por fãs do poeta, que desejam conhecer de perto o local onde Mário passava seus dias e noites: sempre escrevendo, tocando, registrando ideias, recebendo amigos.

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Também visitei o porão da Casa, onde tive acesso a essas raridades: fotografias de Mário, à espera de patrocínio para uma exposição permanente.

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Acima, vemos mais um quadro trazendo uma fotografia do poeta, envolta em plástico bolha, no porão da Casa… 

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Reproduções de fotos do autor de Paulicéia Desvairada e Macunaíma..

Este trabalho está me dando a oportunidade de conhecer o obra e a vida de Mário de forma mais detalhada, o que é ótimo. Tenho lido pilhas de livros dele e sobre ele. Um mergulho essencial numa personagem incrível e, por consequência, numa São Paulo mais lírica – que ele amava retratar em seus textos. Descobri um homem extraordinário, alvo de milhões de teses, livros, artigos, ensaios. Mais ainda falta alguém escrever “a” biografia de Mário de Andrade. Quem se habilita?