Lá bem longe,
Na morada do vento…
Lá bem longe,
No fundo azul do mar…
Há de haver um poema,
Um pensamento,
Uma forma capaz de me explicar
O porquê da beleza do silêncio
Quando é quebrado assim,
Bem devagar,
Pela música doce dessa tarde.
Melodia que invade esse lugar.
Ninho, sala, varanda, consciência …
O meu corpo
Que logo quer dançar.
Minha alma embalada,
Meu desejo,
A presença do outro,
A se instalar:
No meu peito
(em forma de saudade),
Nos meus olhos,
Faróis a espreitar
A chegada da barca
E do marujo,
Do meu Pedro…
Que insiste em não voltar.
Esse homem
(que é misto de ilusão)
Quase um Deus
Cujo dom é me inspirar
Uma recordação
Um doce alento
Luz do sol!
Ou um raio de luar?
Ele é mais…
É infinito,
Firmamento,
Poesia,
Que vem me abençoar…
A canção
Que agora estou ouvindo
Nesse dia,
encantado,
à beira-mar.

Goimar Dantas
São Paulo
08/12/2007