O fim do ano, do ciclo.
O começo do outro, o viço.
O futuro logo ali: a um passo.
Hora de rever os nós, os laços.
A vida é o ir e vir – e que venha!
Tema certeiro no peito: poema.
Translúcido vão do avesso: contexto.
Herança, fortuna, história: memória.
Um desenho sem compasso: abraço.
Um fluxo ou um lampejo? Um beijo.
Um mote de um bom roteiro: desejo.
O que vale é o infinito: de um dito.
E bom mesmo é navegar: no olhar.
Sem se esquecer do horizonte: de fronte.
E ter por guia o destino: caminho.
Faça chuva ou faça sol.
Sob a Lua ou sobre o Mar.
E a bênção se pede a quem?
A Deus, ao Buda, à Iemanjá,
Ao Cristo, a quem mais vier,
Ao profeta Maomé,
Aos ancestrais, aos Xamãs.
Às esperanças mais vãs.
De certo mesmo só há:
o hoje, o agora, o já.
Goimar Dantas
São Paulo,
23-12-09