Olha o charme desse prédio da Barão de Itapetininga… No detalhe do pôster, o poema “Quando eu morrer”, lindo, do Mário de Andrade – verdadeira declaração de amor a São Paulo. Todas as fotos foram captadas no sábado, dia 02, durante a Virada Cultural.
Segue o poema do Mário:
Quando eu morrer quero ficar,
Não contem aos meus inimigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.
Meus pés enterrem na rua Aurora,
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça
Esqueçam.
No Pátio do Colégio afundem
O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos.
Escondam no Correio o ouvido
Direito, o esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia,
Sereia.
O nariz guardem nos rosais,
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade…
Os olhos lá no Jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade…
As mãos atirem por aí,
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus.
Adeus.
“Alguma coisa acontece no meu coração” quando passo em frente ao Teatro Municipal.
Eu amo o prédio antigo onde hoje funciona o Shopping Light. Antes, era a sede da Companhia Light and Power. Não estava particularmente lindo nesta noite?
Vista da Avenida 23 de Maio. Há dois dias, precisei voltar ao Centro e aproveitei pra fazer fotos em PB e em cores, desse mesmo lugar, mas à luz do dia. Qualquer hora posto aqui, juntamente com as minhas outras fotos “diurnas” do Centro da Cidade, saudade!