Pode ser que eu não tenha tempo para ler jornal, revista, livros. Pode ser que eu não saiba mais de nada. Pode ser que eu não me lembre de quem sou. Pode ainda ser tudo, pode também ser só um pouco. Pode ser dia, pode ser madrugada. Não importa o que pode ser. O fato é que, cotidianamente, eu driblo a correnteza dos afazeres e navego no mar da Lisboa que não fica em Portugal. Trata-se de outra Lisboa: ela, a escritora. A que eu leio nos livros e também aqui, no universo virtual, onde sempre encontro preciosidades. E uma das pérolas achadas esta semana foi esse vídeo incrível trazendo como protagonista essa mulher tão negra e tão linda como uma noite promissora.

Uma mulher cuja voz firme e, ao mesmo tempo, doce, me lembrou tudo o que já li sobre o canto das sereias. Eu me deixei levar por ela e aconselho você a fazer o mesmo. O nome da sereia-escritora-nigeriana mais parece um chiado. Um sussurro. Uma melodia (prosseguimos, como se vê, no universo mítico dos seres que são metade mulher, metade peixe). É Chimamanda Adichie. Ela nos fala, com incontestável conhecimento de causa, sobre o perigo de contar sempre as mesmas histórias e também de acreditar nelas. Clique em “view subtitles” para escolher o idioma das legendas. E faça, você também, uma ótima viagem.