(Título com a licença poética devidamente solicitada, em oração, ao espírito do senhor Camilo Castelo Branco).

Miro seus olhos de gaivota no momento do ataque.
Sou caça consentida,
me entrego.
Peixe pequeno,
mas capaz de revelar a maré cheia.
Deságuo.
Ondas salgadas inundam sua superfície.
Mas meu desejo é infinito e quero, uma vez mais, zarpar.
Então, volto a mergulhar nas profundezas do seu olhar.
Pupilas-estrelas que me desorientam.
Estou perdida.
Nunca mais acharão meu corpo.
Sereia submersa na imensidão desse mar
(de vontade).

Goimar Dantas
São Paulo
17-03-08