Blog Goimar Dantas
Versos, prosas, imagens, “causos”, causas, efeitos, fatos, lembranças, amores, paixões, lirismo, passado, presente e futuro.
A lua e o mar (versão 2)*
(*A saga da Lua e do Mar é um tema recorrente em minha poesia. Publiquei a primeira versão dessa história neste blog, no mês de março de 2008). O poeta da noite pediu pra eu olhar A lua altaneira no céu a brilhar Olhei, refleti e me pus a pensar: “Que triste...
São Paulo Poesia
São Paulo, lamento e caminho, metrópole e ninho, sonho e sedução... São Paulo, de arrependimentos, prazeres, lamentos, calma e confusão. São Paulo, da terra molhada, da pele encharcada de raios de sol. São Paulo, furor pós-moderno, cópia dos infernos, Éden nos...
O crime perfeito
Baco. Baque. Vinho. Seco. Taças. Tilintares. Taquicardia. Torpores. Tonturas. Sinestesias. Mãos frias. Trêmulas. Tensas. Os gestos. Os ritos. Os versos. Estrofes formando no ar: poemas recitados para apenas um olhar. Mais tarde, lá fora... O mundo, enfim, mergulhara...
Ciclo das águas
Acordei molhada. Chovia. De dentro de mim a água fluía. Descia a ladeira da graça morena. Passava por sobre a penugem macia. Rio de espuma branca. Fonte de prazer. Forte correnteza. Um mar de querer que quebra na boca da caça que é presa. Domínio. Certeza. Fera...
O amor de Janaína (musicado por Leandro D'Arco)
Ondas quebram, mas não destroem de todo a tua imagem. Sereia, mergulho profundamente. Mas não te...
DNA
O cheiro de terra molhada traz à tona a poesia. Ela penetra pela janela, invade o quarto, toma meu corpo de assalto e aguça meus cinco sentidos. Recebo, então, o chamado: “- Vai. Escreve. Põe no papel os versos ditados por teu coração”. Obedeço. Submissa. Feliz....
O amor de Janaína
Ondas quebram, mas não destroem de todo a tua imagem. Sereia, mergulho profundamente. Mas não te encontro. Em desespero ecoa meu canto. Encanto. Num canto. Sozinha. Lágrimas do meu amor Emprestam seu sal ao mar – que era doce no início dos tempos. E eu seco, definho,...
A chuva
Em cada gota uma esperança. Um signo de futuro. Um alimento líquido de fé. Depois de meses de seca, a chuva desaguava generosa, penetrando nas veias do chão batido, bombeando energia vital para o solo – que pulsava num orgasmo múltiplo e feérico. Acima da terra, casas...
Explicação do sertão
Meu corpo está suado. Nas costas, sinto a poeira que insiste em se integrar à minha pele morena. Morena, mas desacostumada de sertão. Tudo aqui é lentidão e vagareza. O tempo se arrasta em minutos triplicados pela força do sol incandescente. Lá fora, a rua se...
Chuva no sertão
Sua lembrança resiste ao sol, ao calor, à poeira... Aqui no sertão, a três mil quilômetros da minha civilização de caos, violência, desordem e alguns progressos, pensar em você é receber uma rajada de vento, uma lufada de ar, o frescor de uma brisa revitalizante. A...
Sirena
Da tua pele quero o gosto sagrado e salgado do suor. Tal qual barco à deriva flutuo sem norte sobre você. Fecho os olhos. Sinto o cheiro do mar e mergulho, serena e sirena, nas tuas profundezas... Escuridão que ilumina meu corpo, meu rosto, meus olhos... Ondas...
Infância
Infância Faz tempo. Era noite de São João. A fogueira feita pelas crianças da rua formava lindas labaredas. Naquela época, eu ainda não havia lido livro algum. Tampouco sabia sobre a simbologia ancestral e mítica do fogo. Estávamos, meninos e meninas, em círculo. E eu...