Verônica imitando Amy Winnehouse
Desde que Verônica aprendeu a dizer a palavra mãe, a confusão se repete. Eu sempre atendo ao chamado respondendo algo como: “Sim/Oi/Fala/Tô aqui, filha…”. É automático. Fica uma situação muito estranha, por vezes constrangedora, e todo mundo me olha com cara de “Xi, tá doida mesmo…”. Geralmente isso acontece quando ela vem nos visitar ou quando vou lá, na casa dela. Nessas horas, minha irmã Zilmara fica passada, sem acreditar que o engano ainda continue ocorrendo mesmo depois de tanto tempo. Sim, porque Verônica, 11 anos, não é minha filha. É minha sobrinha.
Costumo justificar o equívoco dizendo que devo ter sido sua mãe na outra encarnação e, como ela já sabia o que a esperava, resolveu não repetir a dose neste transe terrestre e optou por voltar na barriga da minha irmã. Garota esperta. Afinal, minha irmã é muito mais divertida e low profile. Tem uma disposição incrível pra ver seriados e dvd’s, uma ironia e uma inteligência superiores às de Woody Allen e, ainda por cima, sabe operar aparelhos eletrônicos de última geração sem dar vexame. Quem me dera…
Minha irmã também sabe baixar música, fazer vídeos seguindo a orientação da internet, manipular três controles remotos ao mesmo tempo… Uma maravilha. Sem contar os cadernos de exercícios (!!!!!!!) que ela desenvolve para reforçar o aprendizado da minha sobrinha. Nunca vi coisa mais fofa, bem feita, caprichada, criativa. E não bastasse isso, aquela que se abrigou no mesmo útero que eu é muito melhor do que Dona Benta quando o negócio é contar histórias às crianças. As de terror, então… Nem se fala. Meus filhos são fãs de carteirinha e rogam a Deus para que ela venha nos visitar mais vezes, doidos para ouvir “A saga da caveira” (ou outras narrativas nessa linha) pela décima vez.
Enfim, minha sobrinha sabe das coisas, além de ser uma artista completa. Canta, dança, faz imitações e ainda esnoba jogando xadrez, a danada. Sempre que possível, viaja com a gente nas férias. Mas ela e meus filhos estão tão grandes que eu precisava ter um desses jipões tipo Grand Cherokee pra continuar levando os três com relativo conforto. Quando o lugar é muito longe e vamos de avião, volta e meia levo a Verônica também. Mas nessas viagens, cujas temporadas tendem a ser mais longas, a coisa não dá muito certo… Ela sente muita falta da mãe (a verdadeira) e isso acaba sendo um drama. Fica chorando pelos cantos partindo meu coração de mãe, digo, de tia.
Sou doida por ela. E clicando aqui e assistindo ao vídeo vocês entenderão o por quê.