Fiz essa foto no sábado, na Praça Buenos Aires, e achei perfeita para ilustrar o poema.
Gosto da Primavera porque nela a gente não acorda, desabrocha.
Nela a gente não cresce, floresce.
Tampouco ninguém morre, transcende.
Na Primavera a gente não se banha, se orvalha.
A gente não se deita, deleita.
A gente não se cala, se espalha.
Na Primavera a gente não produz, frutifica.
A gente não seca, amadurece.
A gente não permanece, enraíza.
Na Primavera a gente vive de brisa.
Sente à flor da pele.
E inala, apenas, essências.
A Primavera não é uma estação.
Não há trem nem despedida.
É ponto de encontro, chegada.
Espécie de porto, de estrada…
Onde o único veículo que trafega é o coração.
Goimar Dantas
São Paulo
22/09/09