As crianças, em raro momento “meiguice”, aproveitando os puffs do Cinesesc.

Sábado passado, dia 21, todo mundo aqui em casa foi ao Cinesesc ver o documentário Palavra (en)cantada (direção de Helena Solberg). Um exercício raro de delicadeza. Eu sabia que seria assim e, por isso, fiz questão de levar as crianças. Ambos fizeram um bico enorme quando escutaram o termo “documentário”, mas, ao fim, gostaram muito e deram boas risadas com o depoimento “perfomance” do Tom Zé.

Helena Solberg conseguiu reunir grandes compositores e intérpretes brasileiros para refletir sobre a força da palavra e o modo como ela integra e perpassa a música brasileira. Um caso único em todo o mundo. Afinal, como, num país tão carente de educação e cultura, nossos artistas conseguem se destacar, musicalmente, com tamanha qualidade? Mais ainda: como milhões de brasileiros, por vezes, saem cantando letras rebuscadas como as de Cartola, Chico ou Caetano (para ficar só em alguns exemplos) como se entoassem um simples e corriqueiro “Atirei o pau no gato”?

Os depoimentos tão belamente coletados por Helena e sua equipe nos fazem pensar sobre essas e outras questões. Chico, Betânia, Adriana Calcanhoto, Lirinha, Tom Zé, Jorge Mautner e Lenine são apenas alguns dos nomes de peso que dão o ar da graça no documentário, todos exalando poesia. Felizes por participar de um projeto como esse. Faltou a presença atual de Caetano, que só aparece em imagens de arquivo. Li em algum lugar que ele estava viajando na época em que foram feitas as gravações. Pena.

Na tarde do mesmo sábado, antes de irmos ao Cinesesc, fomos à maternidade ver outro encanto: a fofa da Gabriela, filhinha da Luciana e do Paulo Fendler, que trabalham com meu bem, meu “Mau”.

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Olha só que coisinha mais encantadora..